A segunda passagem extraída do livro O Homem que queria ser Feliz diz que: “(…) é importante tomar consciência daquilo em que acreditamos, depois perceber que são apenas crenças e, finalmente, descobrir seus efeitos em nossa vida. Pode nos ajudar a entender muitas coisas pelas quais estamos passando.”
Complementando a primeira passagem (desenvolvida no texto “Problemas? Identifique e compreenda suas crenças“), essa é a peça final do quebra-cabeça; a “chave-mestra” para sairmos daquele ciclo vicioso sobre o qual já falamos.
Se antes vimos que“o que você acredita cria o seu mundo”, agora o texto nos ensina como acordar desse sonho.
Vamos imaginar que nossa mente é como um quarto escuro cheio de móveis. Quando não enxergamos (não temos consciência), estamos a todo momento batendo o dedinho na quina da mesa, tropeçando no tapete, nos machucando. Culpamos a mesa, o tapete, o outro que tinha arrumado o quarto. Dizer “o mundo é um lugar doloroso” vira um pleonasmo.
Essa passagem nos propõe que “acendamos a luz”.
Explicando a um jovem
Vamos dividir esse processo de “acender a luz” em três degraus, exatamente como o texto sugere, como se fossem os três degraus da liberdade.
1. O detetive (“tomar consciência”)
O primeiro passo é pegar o pensamento no flagra.
Muitas vezes, você sente uma angústia, um aperto no peito, ou uma raiva súbita, mas não sabe de onde vem.
A tarefa: parar tudo e perguntar:“Espere aí: o que é que eu estou dizendo para mim mesmo agora?”
O exemplo: você se sai mal numa prova e sente vontade de chorar. O detetive em você percebe que, lá no fundo, uma voz está gritando: “Eu sou um fracasso e nunca vou ser ninguém na vida.” Pronto: você tomou consciência da crença.
2. O cientista (perceber que são apenas crenças)
Aqui está o segredo de ouro. O texto diz para perceber que aquilo é apenas uma crença, e não uma verdade absoluta.
A tarefa: olhar para aquele pensamento (“Eu sou um fracasso”) e ver que ele não é um fato, tal como são a gravidade ou o nascer do sol. É apenas uma ideia. É apenas um “óculos” sujo.
O exemplo: o cientista em você diz:“Calma aí: tirar 4,0 numa prova é um fato. Mas ‘ser um fracasso na vida’ é uma história de terror que eu estou inventando agora. Isso é imaginação.”
3. O Observador (descobrir seus efeitos em nossa vida)
Agora, conecte os pontos. Você vai conseguir ver o estrago que essa crença falsa estava lhe causando.
A tarefa: perceber como aquela mentira que você contava para si mesmo estava moldando o seu dia.
O exemplo: você percebe:“Nossa: é porque eu acreditei que sou um fracasso (crença) que eu fiquei com vergonha de pedir ajuda ao professor (efeito). É por isso que eu estou sofrendo!”
Conclusão para o jovem:o fim do sofrimento desnecessário
A passagem termina dizendo que isso “pode nos ajudar a entender muitas coisas pelas quais estamos passando”.
Sabe aquela sensação de que “tudo dá errado para mim” ou “ninguém me entende”?
Muitas vezes, o que estamos passando não é culpa do mundo lá fora. É o efeito colateral de uma crença velha e empoeirada que esquecemos de questionar.
A lição final
Não precisamos lutar contra o mundo para sermos felizes. Só precisamos investigar a nós mesmos.
Quando descobrimos que o “monstro” no armário era apenas um casaco velho pendurado no escuro (uma crença falsa), o medo desaparece instantaneamente. E, quando o medo some, sentimo-nos livres para agir de forma diferente, com empolgação, com fé na Vida, no Desconhecido, na Incerteza dentro do Cosmos.
Isso não é mágica; é atenção, presença.
Referências e sugestões de leitura
Byron Katie. Ame a Realidade.
Carol S. Dweck. Mindset: a Nova Psicologia do Sucesso.
Deepak Chopra. Por que Deus está rindo? O caminho da alegria e do otimismo espiritual.
Laurent Gounelle. O Homem que queria ser Feliz.




