Você é intelectualmente honesto? Você sabe, ao menos, o que significa isto?
Se você é honesto, parabéns; já está à frente de muitos, em termos de desenvolvimento pessoal! Mas é muito pouco, pouquíssimo mesmo, se você pretende crescer como ser humano, tornar-se e, sobretudo, manter-se íntegro!
Honestidade intelectual pressupõe não apenas honestidade pura e simplesmente, no sentido superficial de não furtar ou colocar dinheiro público no bolso; pressupõe, principalmente, integridade!
Você é íntegro? Digo-lhe de cara, e na cara:
i) se você descontextualiza ou deturpa fatos para conseguir “justificar” as próprias crenças e autoenganar-se hipocritamente;
ii) se é “dono da verdade” e está fechado a mudanças de opiniões, convicções e crenças;
iii) se é fanático ideólogo, mente ou endossa mentiras;
iv) se manipula os textos normativos, omitindo dados do contexto, para produzir interpretações ideologicamente convenientes a sua pessoa e a seus interesses;
v) se “argumenta”, agredindo o adversário (argumento ad hominem), por este ter demonstrado por A+B a incoerência da tese ou opinião que você defende, e por você, lamentavelmente, ser incapaz de contra-argumentar com polidez e “cirurgicamente”;
vi) se defende suas opiniões, convicções e crenças via “achismos” e especulações que sustentem argumentos “terroristas” ou “do medo”, com viés econômico ou não;
vii) se julga ou deprecia os outros, porque “ousam” pensar diferente ou discordar de você etc…,
…sinto muitíssimo por alertá-lo: você está mal, mas extremamente mal! Diria que com problema psicológico sério. Talvez, “perdido” na vida; ou sequer saiba por que está vivo, ou para que vive.
Porque você é, sim, consciente ou inconsciente, um desonesto intelectual clássico!
Não me leve a mal; falo para o seu bem, sinceramente. O fato de você estar se reconhecendo agora como um desonesto intelectual pode lhe servir de inspiração para mudar o seu modo de pensar, de julgar os outros e de agir. Quem sabe, ajustar o rumo de sua vida… Mas, obviamente, você precisa necessariamente ser bom caráter!
Desonesto intelectual não implica imperiosamente em mau-caratismo; de modo algum. Basta i) estar inconsciente do vício moral da desonestidade intelectual, por não ter o hábito salutar de olhar para dentro de si, analisar-se e buscar permanentemente o sincronismo entre o que pensa, fala e faz, ou ii) ter a “consciência contraída” da realidade, como diria Deepak Chopra, o que pode limitar a sua percepção de si, dos fatos e do mundo . (Recomendo, do próprio DC: O Poder da Consciência. São Paulo: Leya, 2012)
Ou também pode não lhe servir para nada; você pode continuar sendo um desonesto intelectual consciente, porque a honestidade intelectual pode, pelo sua ótica, ser um valor desprezível. Hierarquia de valores é personalíssima. E ninguém tem o direito de se intrometer na sua vida. Desde, presumidamente, que você não descambe para a ilicitude.
Deixo, por fim, uma constatação minha: o Brasil clama pela honestidade intelectual! Sobretudo, por parte dos que trabalham com o sistema jurídico-político, direta ou indiretamente. Ou seja, todos (políticos, juristas, autoridades, cidadãos eleitores)!
Caro desonesto intelectual, torço por você, bastante! Pois você é merecedor de compaixão. Oro para que esse “câncer pancreático” que o consome homeopaticamente seja eliminado da sua cabeça, n’algum dia, e o Brasil, com a sua contribuição, pelo uso adequado das competências e dos talentos que você certamente tem, floresça como país, digno das riquezas naturais e do clima abençoado que possui!
Quanto a seu voto presidencial nas próximas eleições, não importa quem seja o seu escolhido: se você é intelectualmente honesto, apostaria, sem o conhecer pessoalmente, que você é bom caráter, íntegro e prima pela coerência, além de colocar o bem-estar de todos e do país à frente do próprio umbigo. Afirmo tranquilamente que seu voto será o melhor para o Brasil! Contudo, a questão que só você pode responder para si: você é intelectualmente honesto?😊😇
“Quem sabe não discute. Só discute quem ignora ou duvida.
(…) Quem não sabe fala… Quem sabe cala… (…) O pouco pode ser dito a muitas crianças insipientes. O muito só pode ser dito a uns poucos adultos sapientes. O pouco é ruidoso. O muito é silencioso, são os ´ditos indizíveis´ de Paulo de Tarso.”
“O nível do nosso consciente determina o nível do nosso ser.” (Huberto Rohden. Roteiro Cósmico. 6.ªed. São Paulo: Martin Claret, 2011. p.123 e 177)