Você é machista? Afirmo: é.
Não importa se você é homem, mulher ou homossexual: você tem, sim, um quê de machista. Caso você tenha se surpreendido com a minha afirmativa, de duas, uma:
i) ou você, hipocritamente, se faz de ofendido ou ofendida, “a la” determinados presidiários, apenas deixando cair a máscara de “bom moço” ou “boa moça”; ou
ii) você, inconscientemente, se deixa levar pela ignorância da massa, que repete acriticamente tudo aquilo que lhe convém; atitude, esta, típica dos intelectualmente desonestos.
Machismo nada tem a ver com desvalorização da mulher em relação ao homem! Muito menos, com atitudes desrespeitosas do homem para com as mulheres! Machismo não passa de um estigma atribuído a alguém, por algum “dono da verdade” que se “incomodou” com a opinião daquele, então expressada sob uma perspectiva subjetiva e relacionada a certos papéis sociais que as mulheres atualmente vêm exercendo na sociedade.
Até a década de 70 do século passado, os papéis sociais da mulher estavam concentrados no âmbito familiar. A minoria delas trabalhava fora. A expressão “rainha do lar” simbolizava (e ainda simboliza, de certo modo) a função preponderante da mulher na sociedade. Os tempos mudaram. As mulheres, merecidamente, ampliaram seus direitos e, naturalmente, seus papéis sociais e sua relevância no mercado de trabalho. Passaram a ocupar posições que, antes, eram exclusivamente dominadas por homens. A questão é: quaisquer papéis, trabalhos ou atribuições exercidos por homens devem ser igualmente oferecidos ou disponibilizados às mulheres? A depender de sua resposta e de quem a julgue, certamente, você receberá a pecha de “machista”.
MMA é esporte para mulheres? E trabalho pesado em construção civil? Você acha aceitável que uma mulher, por ser executiva de multinacional, saia de casa às 7h da manhã e volte somente às 23h, diariamente, mesmo se tiver filhos na tenra idade sob cuidados de excelente doméstica? O que você acha de mulheres passarem a ser convocadas para prestar serviço militar obrigatório? É papel também da mulher ir à guerra para atuar na frente de combate? Fique à vontade para especular. Presumo que, em algum momento, diante de uma, de infinitas hipóteses, você irá se opor à atuação da mulher e alguém poderá (des)qualificá-lo ou (des)qualificá-la com o rótulo de “machista”; inevitável. Deixe, portanto, a falsidade de lado e reconheça-se como, na melhor das possibilidades, eventualmente machista!
Novamente, digo: a desonestidade intelectual é uma peste contagiosa que, silenciosamente, destrói relacionamentos e arruína uma sociedade. Está incrustada nos (des)governos, nos colégios, nas universidades, na imprensa, em grande parcela da população, todos, em algum grau, intelectualmente corrompidos. Chamar alguém de “machista” é um exemplo sutil e imperceptível de atitude motivada por essa praga, que inconscientemente influencia o caráter humano, com potencial, inclusive, de atropelar ou subverter virtudes morais das mais elementares. Não à toa o país está no esgoto e, incrivelmente, a cegueira ideológica é exaltada com pompas, deixando-se à parte valores como integridade, lealdade, empatia e amizade!
Ainda há tempo de você olhar para dentro de si e despertar para uma nova consciência, buscando crescer como ser humano e passando a valer mais do que o seu cachorrinho lindo de estimação, leal e verdadeiramente amigo!